sexta-feira, 28 de junho de 2013

Reforma do Código de Processo Civil 14/14


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Reforma do Código de Processo Civil 12/14


Reforma do Código de Processo Civil 11/14


Reforma do Código de Processo Civil 10/14


Reforma do Código de Processo Civil 9/14


Reforma do Código de Processo Civil 8/14


Reforma do Código de Processo Civil 7/14


Reforma do Código de Processo Civil 6/14


Reforma do Código de Processo Civil 5/14


Reforma do Código de Processo Civil 4/14


Reforma do Código de Processo Civil 3/14


Reforma do Código de Processo Civil 2/14


Reforma do Código de Processo Civil 1/14


Cosmos e o silêncio dos inocentes


domingo, 19 de maio de 2013

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Argumentos sobre a consciência cósmica



                                                          PRELÚDIOS




Antes de entrar no tema da palestra (1), será interessante apresentar algumas das atuais teorias relacionadas à COSMOLOGIA, ou seja, à ciência que pesquisa, através da análise dos corpos celestes e suas relações entre si, as origens e o funcionamento do universo.

A Teoria da Relatividade de Einstein, em suas próprias palavras, afirmam os cientistas que com ele conviveram, não era uma teoria completa. Cientistas da atualidade afirmam que ao formular sua teoria, esqueceu-se de considerar as causas, desvinculando-as de seus efeitos.

Esta afirmação de cosmólogos e astrofísicos está baseada nos argumentos do próprio cientista que afirmava saber, de antemão, que sua teoria era um ponto de vista matemático e geométrico em relação à matéria e ao espaço.

O que se quer fixar, para futuras análises dos interessados, é que a teoria da relatividade, baseada exclusivamente nas questões relativas à matéria, espaço e gravidade, como tantas outras teorias, já caiu por terra, embora ainda tenha adeptos, incapazes de indagar sobre o sentido prático da referida teoria em relação à  plenitude da existência.

Muito bem, muitas teorias sobre as origens e formação do universo foram substituídas pelo que se denomina: “A teoria do universo elétrico”.

Do ponto de vista filosófico, afirma-se que esta teoria PODE ABALAR TODAS AS ESTRUTURAS DO CONHECIMENTO HUMANO, pois, assim como fez Jung no campo da psicanálise, da psiquiatria, da psicologia e da alquimia, SINTETIZA TODO O CONHECIMENTO SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO, DO QUE SE COMPÕE E COMO TERMINARÁ.

Não se está a afirmar que houve uma descoberta, mesmo porque na natureza, nada se descobre, senão que é redescoberto; afinal, não existe nenhuma indústria humana que a natureza já não tenha produzido, sendo o ser humano apenas um observador e reprodutor.

O que é deslumbrante nesta teoria do universo elétrico é a demonstração, em variados experimentos, de que a interpretação dos Mitos Universais como fantasias e do Mito Ocidental da ciência como sinônimo de verdade, morrem ambos, como verdades absolutas. É o fim do mundo para os cientistas materialistas.

O cientista David Talbott já afirmara, há anos, que a chave para as perguntas sobre a origem, a composição e os fins do universo estava na eletricidade.

Da unidade dos Mitos

Joseph Campbell e Jung contribuíram, em altíssimo grau, para a compreensão da unidade dos mitos e, agora, a ciência cosmológica, chamada como RAINHA DAS CIÊNCIAS pelos cosmólogos, também afirma tal unicidade a partir dos eventos cósmicos que lhes deram origem.

Assim, a síntese entre a mitologia antiga, a física plásmica e a astronomia confirma a unidade universal, baseada na genealogia das divindades e na morfologia do plasma.

O que posso afirmar sobre o PLASMA é:
- confirma uma estrutura elétrica do universo;
- tem uma similaridade com o plasma sanguíneo;
- sua estrutura é de expirais de correntes elétricas;
- está presente em todo o universo físico;
- produz correntes elétricas introduzindo um novo estado fundamental da matéria: o plasmático, além do sólido, líquido e gasoso já conhecidos e,
- atua como cabo de transmissão de correntes elétricas em filamentos de luz.

Essas correntes elétricas, quando se manifestam muito difusas pela perda de energia relacionada com sua longa trajetória, são  INVISÍVEIS. Quando muito concentradas, como no sol, são visíveis e resplandecem.

A energia plasmática está presente nas nebulosas, nos prótons e elétrons que compõem toda a matéria orgânica. Não seria o caso de fazer uma analogia sobre os grandes temas de unicidade espiritual desenvolvido através dos tempos, com especial atenção à filosofia espiritualista SUFI? E o universo, sem forma e que contém todas as formas, sem começo e sem fim, presente em cada átomo e no espírito humano, ao qual deram o nome de ALLAH?

(1)             Esta palestra ocorreria no dia 17 de junho de 2012, na feira holística Anjos da Luz.








A convergência galáctica nada mais é do que um chamado,
 talvez o último chamado à consciência e cuja voz, inaudível aos ouvidos, só poderá ser compreendida pelos ouvidos internos, localizados nas profundezas da alma.


Agora mesmo, neste exato momento, enquanto falamos, vários milhões de máquinas esforçam-se para se aniquilarem umas às outras. Em que então elas diferem? Onde estão os selvagens e os intelectuais? São todos a mesma coisa: Máquinas”. Gurdjieff


Esse é o fim do mundo, de uma visão de mundo,
desejado por todos, sentido por alguns, acelerado por milhões e aguardado silenciosamente por poucos.


2012 – De criatura a criador - Argumentos sobre a possível transformação da consciência em consciência cósmica



Primeiro argumento - A vida terrestre só existe devido às influências cósmicas

O estudo de todas as tradições astrológicas das antigas civilizações: grega, árabe e egípcia, a mitologia dos povos da América do Sul e o conteúdo da alquimia medieval, sempre afirmaram que todas as criaturas do planeta Terra estão sob a influência das emanações solares, lunares e planetárias. No decorrer da história, as várias tentativas de catalogação dos seres humanos tinham como fonte tais teorias. Essas tradições foram deturpadas, justificando a criação de ordens religiosas católicas, sistemas de castas e classificações sanguíneas. No campo da psicologia foram catalogadas como tipos e temperamentos, e na psiquiatria, como tipos lunáticos para os dementes ou venéreos para aqueles que apresentavam doenças oriundas da prática da sexualidade. 

OS MAIAS

Os maias, afirmam os estudiosos da antropologia, surgiram no território denominado América Central por volta de 12.000 anos, desaparecendo, após a tentativa de extermínio produzida pelo expansionismo espanhol, no ano 830 do calendário judaico cristão.

As teorias consideradas como clássicas, sem considerar o ato da invasão e extermínio perpetrado contra o povo Maia, afirmam que desapareceram misteriosamente e abruptamente, todavia, sabe-se que ainda existem vários remanescentes desse povo no México, Guatemala, Honduras e Belize.

Os maias eram pesquisadores incansáveis da ciência que mais tarde recebeu a denominação de Astrofísica. Através da observação dos movimentos planetários, legaram à humanidade seu Tzolkin ou o calendário sagrado. A principal característica do calendário lunar é o movimento lunar que coincide com o ciclo menstrual da mulher, ou seja, um mês com 28 dias.

Para os maias, a memória tem um encadeamento interdimensional ao qual denominam Zuvuya. Zuvuya é um canal que atua de modo individual e coletivo, unindo o passado e o futuro, em ondas eletromagnéticas, sofrendo influências cósmicas e com elas interagindo.

O centro da galáxia emite, de tempos em tempos, um raio cuja atuação tem 5.100 anos. O raio galáctico Kunab Ku atingirá, segundo a teoria maia, seu máximo ponto de atuação no ano de 2012. No ano de 2012, um novo ponto evolutivo será atingido, nascendo, então, o humano planetário multidimensional e, portanto, com consciência galáctica. Na concepção maia, as pessoas devem sintonizar suas ondas cerebrais simultaneamente às ondas do planeta Terra e do Sol para conseguir esta sintonia com as ondas galácticas e com o universo, ultrapassando, assim, os limites tridimensionais e entrando na quarta dimensão, que é a dimensão do tempo.

A conexão implica, por exemplo, em corrigir os erros, concentrar-se na própria verdade e afastar-se do materialismo da terceira dimensão, reativando a comunicação com o sistema planetário através de uma “experiência com a verdade”.

A convergência galáctica, cuja influência atingirá seu ápice em 2012, é a possibilidade de transcendência do homem a dimensões mais elevadas.

Segundo argumento – A existência decorre dos ciclos cósmicos

O homem integra o cosmo, tenha ele consciência ou não. Todas as mitologias, forma tradicional de análise psicológica do indivíduo e das comunidades, em todas as civilizações conhecidas, afirmam a criação, a maturação e a dissolução do mundo. A criação é um ciclo cosmogônico como afirma Joseph Campbell, “e apresentado com surpreendente consistência em todos os escritos sagrados de todos os continentes”. No âmbito pessoal, a aventura individual é aquela da redescoberta da visão cósmica, como um renascimento, uma renovação. Conclui-se que todo o destino de cada ser humano, regido por leis cíclicas, está sob a influência das emanações planetárias, solares e galácticas.

Assim como o macrocosmo está inserido em ciclos planetários, o ser humano, como microcosmo, também tem seus ciclos de existência. Nascimento, vida e morte, portanto, todas as manifestações estão sujeitas a um processo de correlação constante e necessário em ciclos universais.

A pesquisa sobre os ciclos de existência impõe analogias com os ciclos das civilizações. A antropologia descobriu civilizações muito mais avançadas do que a chamada civilização contemporânea, e os maias são um exemplo do esplendor e decadência fatídicas da vida e morte do ciclo vital das denominadas organizações sociais.

Além da harmonia entre as mitologias e a história quanto aos períodos cíclicos das mais variadas durações (o ciclo de uma célula, de uma abelha, de uma árvore, de um animal, etc.), se inserirmos as descobertas atômicas da física nuclear, pode-se afirmar que não existe um fim de mundo, senão fins de mundos, de vários e múltiples mundos.

Se todas as manifestações são regidas por leis cíclicas, o ser humano está sob a influência de emanações planetárias, solares e galácticas.

O padrão harmônico do Tear Maia busca correlacionar as estruturas mentais com as frequências harmônicas, todavia, afirma José Arguelles, a estupidez humana a impede de perceber, com o próprio corpo, tais frequências.

Estas estruturas ressonantes são modelos constantes que contêm o inconsciente coletivo da humanidade e são denominadas, por Jung, de arquétipos, ou padrões que transcendem o tempo e o indivíduo.

Terceiro argumento – A ciência ocidental está aprisionada ao materialismo

Arguelles afirma no livro “O fator maia”, que a “ciência do conforto tecnológico destrói os sentidos, impedindo e diminuindo nossa capacidade de percepção, dando origem a uma “paralisia sensorial” que prejudica nossa capacidade de recepção de informações  que não estejam fundamentadas na matéria".

O organismo humano individual e coletivo está contaminado por resíduos tóxicos produzidos por estímulos artificiais, bloqueadores dos receptores sensoriais. Com a perda da capacidade de comunicação com a fonte primária de informação galáctica, caminhamos para a desagregação psicótica dos sentidos.

Absorvidos diariamente por paradigmas de dominação “um clero branco, masculino, neoprotestante que defende sua objetividade científica nas ações do poder político planetário” é o que paralisa e aprisiona a realidade criando reflexos dissonantes, transformando a vida na Terra em um manicômio, cujas bases estão fundadas em teorias materialistas de degradação do conceito de humanidade.

Pietro Ubaldi afirma em sua magistral obra “A Grande Síntese” que a existência ocorre: “Das nebulosas ao átomo, do átomo ao mineral, do mineral ao homem e, novamente, do homem às estrelas”. Esta é a ciência de Pietro Ubaldi.

Afirma que a chamada ciência quer atingir, e aparentemente atinge, por meio de tecnologias variadas, uma uniformidade, uma uniformização redutora de todos os conhecimentos à quantidade, solidificando o mundo. Esta uniformização retira todas as qualidades das pessoas, reduz todo o conhecimento à quantidade e as pessoas a “unidades numéricas, criando uma hegemonia da quantidade sobre a qualidade”.

René Guénon, no Livro “O Reino da quantidade e o signo dos tempos” afirma que o “científico é apenas o que pode ser calculado” quando a realidade demonstra que o que é menor em quantidade é, todavia, maior em qualidade (vide o exemplo da semente da mostarda).

O critério da verdade, paradigma da ciência, está fixado no êxito, no poder aquisitivo, no moralismo destituído de sentido ético, sem quaisquer influências espirituais, reduzindo tudo à matéria.

Este racionalismo separa, não unifica, confunde, não esclarece, divide, enfim. Projeta no mundo uma simplificação doentia de todos os fenômenos, isolando os seres humanos como entidades-máquinas, cuja autonomia é traduzida por automatismos, levando-os a uma existência fragmentária.

Uma ciência incapaz de humanizar e civilizar, uma ciência de caráter profanador, uma ciência sem ética, condicionando o ser humano a se transmudar em uma máquina insensível é, como consequência lógica, incapaz de sincronização planetária.

Jung afirma (O problema fundamental da psicologia contemporânea):

Sob o influxo do materialismo científico, tudo o que não se podia ver ou tocar se torna duvidoso; mais ainda, suspeito por pertencer à esfera metafísica. Somente se considera científico, e, portanto, admissível, o que se podia reconhecer materialmente ou deduzir de causas materiais perceptíveis... a verticalidade do espírito... ficou cruzada pela horizontal da consciência moderna. A consciência já não se desenvolve para o alto, senão em largura, tanto do ponto de vista geográfico (invasões territoriais) como desde a visão do mundo... considera o espírito em absoluta dependência da matéria e das coisas materiais.”

Quarto argumento – A violência não tem bases biológicas

A festejada teoria da evolução produziu, sob os auspícios da elite anglo-saxônica, protestante e branca, uma ficção científica aperfeiçoada por uma engrenagem acadêmica e publicitária, disseminando-se pelo planeta. Orientou a psicologia das massas ao afirmar que a evolução ocorre pela força, sob o argumento historicamente ultrapassado pelas ciências físicas, astrofísica, cosmológica e antropológica, de que a evolução só ocorre na sobrevivência do mais forte. Em outras palavras, somente aqueles destituídos de amor pelo próximo é capaz de evoluir. Essa evolução é evolução exclusivamente material e, quanto maior, maior a degradação moral de suas elites.

Fundamentado em um dualismo (bom/mau, pecado/virtude, etc.) destituído de sentido, o dogmatismo cristão, por sua vez, educou gerações de crianças inocentes sob a crença na maldade e egoísmo primitivo da natureza humana. Nada mais falso e cuja falsidade é vista, sentida e ouvida em todas as direções do planeta, seja através da análise do comportamento esquizofrênico dos autodenominados adultos, seja pela insistente solidariedade praticada pelas vítimas permanentes desse pensamento maligno.

Contrariando a dogmática, escolástica cientificista, acadêmica e filosófica de apoio às teorias de dominação, os estudos das civilizações já provaram que a evolução só ocorre através da ajuda mútua e solidariedade, ao invés de lutas de competição. Se a evolução só ocorresse entre os mais fortes contra os despossuídos, não existiria nenhum rastro dos descendentes de antigas civilizações tais como os palestinos, os índios sul-americanos ou os negros sequestrados ou exterminados para fora ou dentro do território africano.

Henry Laborit (Deus não joga dados) afirma:

“Ora, no nível hoje atingido pela espécie humana, a competição desempenha com certeza um papel no progresso tecnológico; mas, que influência teve ela na evolução do conhecimento que o homem possui de si mesmo? Não terá sido ela que preteriu o que une cada homem a todos os outros, e que só valorizou o que os distingue, separa, opõe, ativa a agressividade, individualmente ou em grupo, uns contra os outros?”.

Há muito está comprovado que a constituição do universo evolui das partículas mais sutis presentes em toda a matéria. A conclusão é que a fonte da vida é uma fonte comum que une todos os seres vivos: animais, vegetais, minerais, enfim, todas as espécies das quais descendemos e das quais dependemos (veja-se o poder das pedras no uso da tecnologia). Somos seres cósmicos, tenhamos consciência ou não.

O que deverá determinar a evolução é a aceitação de que a agressividade dirigida, real ou simbolicamente contra outros seres vivos, escolhidos, covardemente, entre aqueles que não têm capacidade de defesa (dentre as plantas, minerais, animais, os despossuídos e suas crianças) ou daqueles que não conseguiram evoluir materialmente, deve terminar ao extinguir-se a falácia religiosa e política das hierarquias hereditárias fundamentadas na violência, na força e na ignorância.

A afirmação trivial e reiterada sobre o egoísmo natural do ser humano, alimentada pelos condicionamentos dos automatismos culturais, gerou uma agressividade que não tem sentido. Basta observar o chamado mundo animal. Sem bases biológicas, este comportamento deverá ser extinto, como se extinguem os mundos. O desaparecimento do egoísmo imposto pelos comportamentos autômatos nessa repetição mecânica estimulará a compreensão da necessidade de uma nova organização humana, baseada na harmonia e no respeito mútuo; no entanto, esta construção de uma nova mentalidade não será apenas aquela das ideologias formalistas dos sistemas de dominação.

Quinto argumento – O processo vital é processo psíquico

A energia cósmica também é energia psíquica, pois o processo psíquico é processo vital. O processo psíquico, portanto, não pode estar separado do processo físico, isto é, biológico, do qual é dependente. Em decorrência, todos os sistemas orgânicos, supridos continuamente pela nutrição e pela respiração, também são alimentados pelas impressões do meio ambiente, impressões externas. Ora, para que aconteça o ato do conhecimento, para que o conhecimento ocorra, é necessário que o indivíduo sinta a necessidade psicológica de uma compreensão lógica dos acontecimentos que o atingem.

O conhecimento depende da linguagem, entretanto, seu arcabouço conceitual, controlado culturalmente, deve ser abandonado, eliminando os registros permanentes (no inconsciente) que estimulam ou reprimem as manifestações da personalidade; todavia, as representações exteriores e a repressão permanente impedem não só a compreensão lógica do sistema linguístico dos signos de dominação como também bloqueia a criação de novos conceitos e estímulos relacionados à livre manifestação da linguagem e, portanto, do pensamento e, enfim, da realidade dos fenômenos da existência individual e coletiva.

O sistema repressivo, ademais, atinge mortalmente todos os campos do conhecimento. Por outro lado, seres humanos, mergulhados em uma existência medíocre, não ousam enfrentar o sistema, negligenciando seu potencial criativo, esquecendo-se de que são co-criadores universais. Essa negligência é a principal causa para o não surgimento de novas condições psicológicas exigidas para o ato do conhecimento, fonte da abertura dos centros emocionais da criatividade.

Não bastassem os obstáculos culturais à harmonia, e o desconhecimento intrínseco de sua própria natureza, o ser humano despreza suas ambiguidades, mantendo as mentiras sobre si mesmo. Alguns, vestidos com a aura exotérica, caminham pelo planeta como sonâmbulos, completamente adormecidos entre os agrupamentos conduzidos como rebanhos obcecados por desejos artificiais, impulsos irracionais e subserviência genética. Alimentam e, ao mesmo tempo, alimentam-se dos subsistemas inseridos no amplo sistema de dominação, em outras palavras, alimentam-se dos mais fracos e menos organizados. Uma nova fórmula de canibalismo.

A manutenção da vida implica em um equilíbrio entre as funções biológicas e, portanto, físicas e psíquicas. No entanto, o controle químico da alimentação, o controle político dos comportamentos e o controle psíquico decorrente da imposição de uma vida mecânica e artificial, transformam a busca da evolução em fenômenos extremamente delicados, origem de sofrimento e dor. Obviamente isso não é desejado por ninguém. Aquele que procura fugir do lugar comum, das atividades comuns, do pensamento comum é, em todos os tempos e em todas as épocas, não só desconsiderado, como obrigado a viver em solidão, incompreendido, humilhado e rejeitado. Triste saga de quem ousa forjar uma individualidade num mundo de coletividades uniformizadas e uniformizantes.

Porém, antes que se instale a consciência dentro do processo psíquico, será preciso forjar uma individualidade, uma personalidade com um caráter desenvolvido, uma existência voltada à totalidade, equilibrada em todos os aspectos: biológicos, sociais e espirituais, enfim, uma moral de um indivíduo superior, com uma sensibilidade superior.

É preciso admitir o destino cósmico ao qual estão submetidos todos os seres viventes, direcionando a individualidade a uma nova consciência. A história do pensamento humano está repleta de exemplos de homens de consciência superior. E, parafraseando Osho, salienta-se que Buda não criou o budismo que segrega e separa. Cristo não criou o catolicismo que impõe, pela força, através dos séculos, a indiferença à dor do outro, segregando e separando. Mohamad, que criou o mais sofisticado arcabouço comunitário em sua época para as épocas vindouras, é compreendido por poucos e sua poesia tem sido incapaz de mudar a consciência dos muçulmanos que ainda não tem ouvidos para preciosa lição alcorânica de tolerância e aceitação das diferenças culturais.

Ouspensky diz que a “evolução do homem é a evolução de sua consciência. E a consciência não pode evoluir inconscientemente. A evolução do homem é a evolução de sua “vontade” e a vontade não pode evoluir involuntariamente. A evolução do homem é a evolução de seu poder de “fazer” e fazer não pode ser resultado do que “acontece”. A evolução, enfim, não poder ser imposta ou adquirida por meio de falsificados rituais de iniciação, cuja qualidade profana encontra-se normalizada pelo comportamento sociopata de seus adeptos.

Ouspensky afirma que a vida na Terra é, ao mesmo tempo, percepção e radiação e diz:

“Se o homem pudesse compreender todo o horror da vida das pessoas comuns que giram em torno de um círculo de interesses e metas insignificantes; se pudesse compreender o que elas perdem, compreenderia que só pode haver uma coisa séria para ele: escapar da lei geral, ser livre. Para um homem na prisão e condenado à morte, que pode haver de mais sério? Uma só coisa: como se salvar, como escapar. Nada mais é sério”.

E, afirmando ainda uma vez que toda a matéria é atravessada pela matéria existente no universo, continua:

“O homem que não busca desenvolver funções superiores de consciência é um homem inacabado. Das espécies de alimento, o que comemos, o que respiramos, as impressões externas de ordem sonora, visual e olfativa com sua carga vibracional, penetra no organismo humano e o alimenta com emoções, pensamentos e sensações. As impressões e seu impacto na psicologia humana é o mais importante alimento pelas propriedades químicas e físicas que pode produzir”.

Na ordem cósmica, “cada espécie de criatura, cada grau de ser é definido ao mesmo tempo pelo que lhe serve de alimento e por aquilo a que ele serve de alimento”. (2)

E sobre a possibilidade de evolução, Jung afirma: “A agonia da ultrapassagem das limitações pessoais é a agonia do crescimento espiritual. A arte, a literatura, o mito, o culto, a filosofia e as disciplinas ascéticas são instrumentos destinados a auxiliar o indivíduo a ultrapassar os horizontes que o limitam e a alcançar as esferas de percepção em permanente crescimento”.

Nesta era tecnológica, o humano em formação deverá ultrapassar (e, ainda, sem danos) toda a complexidade caótica dos comportamentos condicionados, abandonar a comodidade de “religiões de conveniência” e rejeitar os argumentos analógicos de sua ciência utilitarista. “Deveríamos ser guiados por aquilo que é comum a todos”, diz Ouspensky.
É de conhecimento geral que a tecnologia produz campos magnéticos, criando descargas energéticas no planeta e, portanto, nos seres viventes. Esse aumento de pulsação muda o metabolismo das pessoas, criando a sensação de aceleração do tempo. A sensação de aceleração do tempo traz como consequência a aceleração do ritmo de vida (em cujas grades o sistema aprisiona a existência, apropriando-se do tempo de vida com o argumento da organização social). O ritmo de vida muda o sentido de duração funcional do tempo, causando todas as espécies de transtornos na saúde física e mental dos indivíduos (conhecidos e os que estão para serem criados, para o acúmulo de riquezas das psico-farmaco-terapias), aumentando as epidemias, com ênfase na desorientação do pensamento. Vivendo numa linha de produção, sem o poder de atuar a partir do âmbito de seu tempo pessoal, não há possibilidade de um pensamento divergente, isto é, não linear, fora da manufatura do conhecimento. Em decorrência dessa inércia mortal impeditiva de qualquer experiência estética de criação individual, as pessoas, anestesiadas, mergulham sua vida num mar de vulgaridades, embora sucumbindo em crises existenciais periódicas. Em seu socorro, a psiquiatria medicamentosa se apresenta para ajudar na ilusão do convívio pessoal, criando um curto-circuito, desequilibrando as energias psíquicas, mantendo o doente, então, na mais vil escuridão e irresponsabilidade, como primata que ainda não consegue acender o próprio fogo.
Vitor Hugo, citado por Lowis Pauwels e Jacques Bergier, no estudo sobre Shakespeare, diz: “... Ninguém vê impunemente esse oceano... Ele obstina-se nesse abismo atraente, nessa sondagem do inexplorado, nesse desinteresse pela Terra e pela vida, nessa entrada do proibido, nesse esforço de tatear o impalpável, nesse olhar sobre o invisível, ali volta, ali regressa, ali se agarra, ali se debruça, ali dá um passo, depois dois, e é assim que penetra no impenetrável, e é assim que avançamos no alargamento sem limitas da condição infinita.”
A maioria da população planetária desconhece a sua constituição biofísica e biopsíquica, vive em condições indignas, inaceitáveis e na mais completa e cínica desconsideração. Há, também, milhares de seres planetários que detêm o conhecimento científico, todavia, seu comportamento é de agentes da degeneração, da violência e do extermínio. Ao se submeterem aos privilégios materiais sem qualquer amor pelo seu ofício, por sua denominada ciência, sem qualquer responsabilidade planetária pelo equilíbrio psicológico dos povos, agem como se fossem saqueadores da vida, exterminadores do futuro, serviçais de uma estrutura demoníaca.
Se os humanos admitissem que os organismos são sistemas de absorção e degradação de energia solar; se observassem com visão científica que as aparentes diferenças entre os seres vivos, das moléculas ao homem, registram-se  somente em seus níveis de organização desde a matéria inanimada e que, no nível dos deslocamentos dos elétrons, no nível de organizações atômicas, das reações nas cadeias metabólicas, celular e das trocas de energia, a essência e a identidade da fonte primária são  sempre as mesmas,  um grande avanço seria dado no caminho para fim desse mundo caótico e irracional.
O fato de não conseguirmos traduzir a linguagem dos fótons, da luz, das radiações solares e outros fenômenos energéticos, não significa que não existam, afinal, a vida é energia e energia vital é energia solar, energia planetária, energia cósmica, cujas informações elétricas, em linguagem desconhecida aos nossos órgãos limitados dos sentidos é, todavia, confirmada pelas reações biopsíquicas.
A resposta às informações emitidas pela linguagem dos fótons de luz depende da atividade do organismo e das finalidades do grupo e da espécie à  qual pertença. Na inconsciência, e prisioneiro das sombras arquetípicas de primatas caçadores, está linguagem jamais poderá ser captada, pois, como afirma OSHO, “a ignorância é a raiz de toda limitação”.

Sexto argumento – A comunicação da linguagem é sempre ato de simulação

Ora, a linguagem é informação circulante que, de um nível de organização a outro, permite a coerência de um sistema. A autoridade da linguagem ocorre por sua coerência ao sistema, todavia, a desorganização, o caos e as epidemias de nosso sistema de vida são  a prova de uma incoerência que retira das abordagens científicas tudo o que a ela se impõe sob o argumento da verdade. Ela mesma, autoridade científica, não passa de um servidor do sistema de dominação na simulação da linguagem que se quer impor e se impõe, pela força da repetição doentia, aos sentidos.

Não se pode olvidar que o conceito nasce de uma formulação elitista. No caso ocidental, foi iniciada pelos enciclopedistas e desenvolvida pelos dicionaristas a soldo das academias de ciências.

Se a mensagem da comunicação da ciência deve ser a priori à verdade, o que se tem entendido por ciência não passa de simulacro e o que se quer colocar como científico, meras simulações. Na linguagem libertária de Jean Baudrillard, o conhecimento é produzido por matrizes de comando, modelos que afastam toda a referência científica:

“Dissimular é fingir não ter o que se tem. Simular é fingir o que não se tem”.

Ora, uma ciência preocupada exclusivamente com a manutenção e alimentação de um domínio artificial é uma ciência da criminologia, uma ciência da loucura, uma ciência que não se envergonha em manter crianças inocentes em suas prisões chamadas escolas, nas quais a estratégia do sacrifício extermina a realidade na alienação coletiva.

Qualquer desconfiança na veracidade desta informação será superada por uma rápida visada nos dicionários indicados às crianças com o objetivo de sua alfabetização. Os verbetes indicados são quase todos, sem exceções, instrumentos de alienação ao sistema capitalista, consumidor, violento e irracional.

O sentido, a verdade e o real perdem-se nas “redes psicotrópicas e informáticas de pilotagem automática dos indivíduos, ao lado do condicionamento publicitário”. A publicidade aparece como um acelerador dessa inércia. Publico-me, logo existo, num jogo de encenações, cujo significado é pressentido e vivido entre consumidores e consumidos. Mercadorias e marcas.

Nesses universos artificiais, a linguagem se transforma em publicidade, não há como negar que não só intervém no comportamento individual, como, também, estimula a agressividade e a competitividade, excluindo aqueles que não se submetem à programação publicitária. A psicologia da linguagem é também um negócio corporativo do sistema de dominação, das escolas às universidades, das universidades às academias de ciências e destas ao sistema político mundial. Enquanto consumidores e reprodutores, estampados como filósofos e cientistas alimentam o sistema com os símbolos de agressividade indispensáveis à mercantilização do crime, sua titulação permanecerá apenas como a marca das mercadorias-engrenagem do sistema.

Mas, o simulacro processa, condena e julga individualmente as vítimas da cegueira competitiva de reprodução de violência e desigualdades e, quando condena, condena-se a si próprio, embora não o saiba ou finja desconhecer. Todavia, para os espectadores passivos, pacificados e pacificadores, os simulacros da igualdade, liberdade, fraternidade e democracia tem seu significado na arquitetura das prisões, forjadas nos salões dos passos perdidos da impunidade, muito além dos limites da barbárie, na linguagem fantasmagórica do medo, do ódio e do desprezo por tudo o que é vida, movimento, criação independente, individual e livre.

Nietzsche afirma que a linguagem pertence, por sua origem, a mais rudimentar forma de psicologia. A comunicação é, neste sentido, um psicotrópico, cuja mensagem subliminar só é compreendia pelos sintomas de angústia, medo, exaustão e infelicidades e felicidades eternizadas por artefatos e artifícios.

A humanidade, conduzida por mistificações numa concepção linear do tempo, é projetada a um futuro apocalíptico gerado no ventre da cultura judaico-cristã. Sua maior façanha é aprisionar o imaginário coletivo dentro de seus muros das lamentações, enquanto a publicidade das guerras ecoa para além dos cadáveres que a mentalidade criminal produz milenarmente, nos cultos da demo-cracia.

Esta horizontalidade sem profundidade espiritual é o que tem mantido por mais de dois milênios o método que se fixou na psicologia humana, no símbolo do carpinteiro crucificado: a tortura. Tortura diariamente adorada, analisada, discutida, festejada e eternizada coletivamente, sem nenhuma ética cristã que impeça essa reprodução macabra.

O pensamento nivelador, que exclui a priori a verdade biológica, física e psicológica da alma, em decorrência da circulação, embora na maioria das vezes distorcida das informações, está em vias de extinção e é esta a mensagem explícita e implícita conduzida por toda forma de resistência.  Muitos, enfrentando e desafiando a agressividade do sistema de degeneração, à custa da própria vida e liberdade, provocam-nos a construir um destino universal, uma alma universal, um sistema harmônico e planetário de unidade espiritual.

Sétimo argumento - harmonia é sincronização

Somente os psicopatas poderão afirmar que a existência é somente gozo e satisfação de prazeres; que a vida não é morte e que a morte não é a prova da unidade orgânica que forma e (in) forma o planeta. Somente o espírito da ignorância e a inércia dos adormecidos poderá manter a inegabilidade da existência de uma energia psíquica, uma libido, um poder criador, uma ligação inexplicável que todo o ser humano mantém no interior de si mesmo. Uma vontade de ser, de poder, de fazer.

Essa ligação com o universo cósmico é inelutável, muito embora se tente olvidá-la sob os véus da ignorância.

Criador, criatura, fenômeno elétrico, biológico, psicológico que impele o homem a criar-se a si mesmo e, criando-se, fuja da prisão dos campos de concentração e da inércia artificial imposta pelo sistema de dominação e encaminhe-se aos vastos campos de sua própria criação.

Goethe, citado por Jung diz:

“Todos nós temos certas forças elétricas e magnéticas dentro de nós e exercemos um poder de atração e repulsão dependendo do contato que tivermos com algo afim ou semelhante”.

A sincronização galáctica (alinhamento planetário) é um fato científico que poderá ser verificado através do estudo da astrofísica. É fato científico. Se aproveitarmos a influência cósmica, simbolicamente, pelo mínimo, abdicando de nossa ociosidade e abandonando os preconceitos adquiridos por contágio cultural, contataremos a possibilidade de obter novas bases teóricas e experimentais em direção da evolução planetária, colaborando com o fim desse ciclo de violência e cegueira espiritual, buscando criar aquele a quem Nietzsche chamou de super-homem.

O semelhante atrai o semelhante.

No entanto, será preciso radicalizar nosso comportamento em relação ao que é verdadeiro e o que é simulação em nós mesmos, admitindo-nos como insignificantes células, átomos ou moléculas de grupos sociais com as quais interagimos ou para os quais existimos por força das circunstâncias, pelo destino ou livre escolha.

Jung fala o seguinte sobre a verdade:

“.... Quantas vezes não vimos a verdade condenada! É triste, mas, infelizmente, é verdade que os homens não aprenderam a lição da História. Este fato mostrará as maiores dificuldades, pois, ao nos depararmos para recolher o material empírico que lançará um pouco de luz sobre um assunto tão obscuro, estamos certos de encontrá-lo justamente onde todas as autoridades nos garantiram que nada poderia ser encontrado”.

A verdade, porém, é uma experiência individual. Não pode ser ensinada, não pode fazer parte do conhecimento emprestado, não surge do acúmulo de informações. A verdade é a experiência da verdade e “acende uma luz na tumba da existência”. ´

É um terceiro olho. O homem que se vê apenas como um corpo perde a dimensão do desconhecido, refugia-se em um passado que não lhe pertence, um passado emprestado, tóxico, ilusório, não vive sua própria vida e o carrega como um fardo ao longo de sua existência, permanecendo sem direção. Seus sentidos são programados, sua sensibilidade é programática, portanto, hipócrita. É, enfim, “uma sombra da altura que poderia alcançar”.

Quando este fardo do passado está composto por ideias, fatos e interesses exclusivos de um grupo ou de uma forma de organização, seja ela social, religiosa, sectária, partidária, etc., a existência não passa de uma escravidão e o indivíduo, sem individualidade, caminha como o louco das cartas do Tarô, desinteressado pelo demônio escravocrata que se alimenta de sua existência. Sua existência é apenas um alimento da engrenagem que o concebeu como um autômato reprodutor.

Osho diz que “Um homem de conhecimento não pode ser escravizado nem escravizar ninguém... pois, um homem de conhecimento não pensa nem vive em termos de domínio, de posse ou de poder sobre outros homens”.

O poder, portanto, é o poder individual que nasce a partir do desenvolvimento de uma consciência crítica, cuja flecha deve estar voltada para dentro de si mesmo. Da célula à molécula, da molécula ao mineral, do mineral ao vegetal, do vegetal ao homem, do homem à consciência cósmica e da consciência cósmica à harmonia universal.

Vera Vassouras

(2)              - Infelizmente, afirmar que esta frase deve ser analisada dezenas, centenas e milhares de vezes, ensejará mal-estar, portanto, limito-me a reproduzir, mais uma vez, a frase atribuída ao carpinteiro preso, torturado e crucificado diariamente: “quem tenha olhos que veja e quem tenha ouvidos que escute”.